domingo, 25 de setembro de 2011

Encantamento



Toda manha, ela ia no mesmo onibus.
Quase sem querer, encontrava as mesmas pessoas, sentadas em vossas cadeiras, como se todas ali tivessem o nome de seus donos.

O cobrador, sempre movido de sua animação matinal, a cumprimentava com um bom dia animado, ao entregar-lhe o troco da passagem. Deveras ele a presenteava com uma bala "um doce, para uma moça encantada".

A menina, nao aparentava mais do que seus 16 anos;

Quando chegava ao meio do onibus, se deparava comigo, com um livro em mãos e parava para tentar descobrir qual seria a obra.

Quando ao fundo do onibus chegava, ela então parava de sopetão, a olhar aquele moço bonito que se balançava ao som de uma musica aos fones.

Dali ela nao passava.
Como uma barreira invisível.

O garoto olhava pra ela e ela nao tinha coragem de retornar seu olhar. Desviava a cabeça, como se algo mais importante chamasse sua atenção.

Dali a mais dois ou tres pontos, chegaria o destino do moço bonito.

E entao só o veria novamente, só na próxima manha. Mas para ela, ja bastava para desabrochar um sorriso encantador em seu rosto, daquele primeiro amor que nunca acaba.


domingo, 11 de setembro de 2011

Amoreiras, amor, amores, amora.


São as árvores chorando por suas paixões não correspondidas. Já parou pra imaginar quão amorosas são amoras?

Eu lembro de quando o inverno acabava, e o calor do outono, derrubando as folhas das árvores, enquanto as amoreiras manchavam o chão vermelho sangue.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Viajava no meteoro. Via o vento caminhar. A Lua deitava pra dormir, o Sol surgia pra sorrir. Passarinhos cantavam na fonte, enquanto o cachorro latia para o céu. E entao a noite caia outra vez. Eu subo no telhado escolho uma estrela e guardo no bolso. Sentava na Lua e contava o tamanho da noite. E depois de toda a minha viagem, eu acordo com a lembrança de um sonho e do brilho de uma estrela.

-Mais uma pra brilhar no meu caminho.