Toda manha, ela ia no mesmo onibus.
Quase sem querer, encontrava as mesmas pessoas, sentadas em vossas cadeiras, como se todas ali tivessem o nome de seus donos.
O cobrador, sempre movido de sua animação matinal, a cumprimentava com um bom dia animado, ao entregar-lhe o troco da passagem. Deveras ele a presenteava com uma bala "um doce, para uma moça encantada".
A menina, nao aparentava mais do que seus 16 anos;
Quando chegava ao meio do onibus, se deparava comigo, com um livro em mãos e parava para tentar descobrir qual seria a obra.
Quando ao fundo do onibus chegava, ela então parava de sopetão, a olhar aquele moço bonito que se balançava ao som de uma musica aos fones.
Dali ela nao passava.
Como uma barreira invisível.
O garoto olhava pra ela e ela nao tinha coragem de retornar seu olhar. Desviava a cabeça, como se algo mais importante chamasse sua atenção.
Dali a mais dois ou tres pontos, chegaria o destino do moço bonito.
E entao só o veria novamente, só na próxima manha. Mas para ela, ja bastava para desabrochar um sorriso encantador em seu rosto, daquele primeiro amor que nunca acaba.
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