quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Hoje lembrei de você.

Lembrei das nossas danças, da maneira que me olhava, em especial aquele olhar discreto querendo meu dizer algo.

Eu esperava ansiosamente a cada dia que eu tivesse a chance de poder encontrar com ele. Era uma fome que crescia em mim, a fome da sua alegria, a mesma que despertava sorrisos quando eu julgava ser impossível eu sorrir.

Aquele lugar mudou.

Passou a ser outro, no dia em que você decidiu não mais me ouvir e acreditar em minhas palavras.

O seu cheiro permaneceu por dias no que eu achava ser o nosso lugar, mas com a sua saída, veio o silencio, veio a mudança que eu tanto temia.

De tudo o que poderia mudar, apenas uma delas permaneceu intacta; Aquele corredor, aquele ultimo, continua igual, ainda seu cheiro tinha ali, tudo igualzinho da maneira que eu conheci.

Não vou dizer que eu gostava de passar por aquele corredor, me trazia ótimas lembranças, claro, eu vivia de novo, alguns dos minutos do que passamos outrora, mas eu preferia evitar de todas as maneiras aquele cantinho escondido, pois ainda assim as lembranças que me avivam a mente, eram, e são acompanhadas de muita dor e tristeza.

Sentimento esse, que eu jamais esperava viver com você. Você que inúmeras vezes me fez sorrir.

O tempo se encarregou de apagar os vestígios do lugar onde construí parte de minha historia.

Estranho dizer que você, logo você, tão longe e tão distante, que agora se faz de cego quando me encontra na rua, dizer que faz parte de mim?

Não. Não quando não há arrependimento. Você me ajudou a sair do escuro mais escuro que havia em mim. Você me valorizava, mesmo com suas piadinhas machistas. Me ensinou a rir, por pior que seja a situação [e naquele ano, eu vivi muitas delas, nenhum pouco agradáveis], você riu comigo. Apesar de tudo, você me tratava bem, melhor do que um dia eu fosse ser tratada, você se importava comigo. Por mais que seu orgulho falasse mais alto, você sempre dócil me cativava.

Sinto saudades. Cheguei a sonhar que você voltava, sentava na calçada e conversávamos como se jamais tivéssemos nos separado; você contava os seus segredos, e eu contava os meus, como dois irmão cúmplices...

Hoje me peguei pensando nisso. Eu lembrei dos seus olhos, do seu abraço quente e do seu jeito.

Parecia um sonho.

Parecia porque tudo o que passamos nunca existiu, não era real.

Parecia.

Parecia porque o tempo se encarregou de apagar a lembrança mais real daquilo que passei. O tempo fez questão de limpar da minha realidade, o único lugar, que eu tinha certeza daquilo que passei. Aquele lugar, palco das piadas, das cantadas, palco da nossa alegria, não existe mais.

Daqui a uns anos, talvez eu me convença que fora tudo uma arquitetura mirabolante da minha cabeça, fruto da minha imaginação.

Eu não tenho mais como lembrar de você!!

Eu não queria tê-lo perdido.

Talvez tenha sido mesmo um sonho. Um sonho com cores reais, sentimentos reais, com pessoas reais, um sonho lindo que eu tive pelo espaço de tempo de um ano, não só de uma noite... Um ano lindo, que eu conquistei amigos, e os perdi também...

Seguimos rumos diferentes, mas ainda sei que por mais que ele tente me esquecer, ele me conhece, e lembra de todas as boas risadas que demos um dia.

Que então, já que ele tanto quer apagar-me de sua memória, que Deus lhe permita isso, não o nego, mas gostaria muito que um dia, soasse em sua mente, minhas palavras:

“Ta esperando o que? Vai ser feliz, vai encontrar com a sua felicidade! Eu quero mesmo é que você seja feliz, muito feliz mesmo, e sei que isso não vai ser comigo, eu sei disso, vai ser feliz! Eu gosto de você, estaria mentindo se dissesse o contrario, mas tenho um carinho diferente, não o quero ‘meu’, eu quero sua amizade e acima de tudo felicidade. Acho-o meu irmão mais velho. Vai. Vai ser feliz”


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Queria muito, muito mesmo, poder esquecer tudo isso, tirar de minha mente essa amizade que um dia tivemos, me machuca quando lembro do seu jeito, da forma que me olhava. Sua amizade era importante, eu queria poder compartilhar com você os lindos momentos que tenho passado, assim como faziamos antes...

O mesmo antes, que não existe mais.

Saudades.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, gostei de seu blog! estou começando um, espero que possamos compartilhar idéias e opiniões sobre diversos assuntos.

Unknown disse...

puuutzzz. já assistiu O curioso caso de Benjamim Button? é este texto de Chaplin em forma de filme.
vc me deu uma ideia para uma aula. valeu. adorei o blog. beijos, prima.